sábado, 31 de março de 2007

Irã diz que marinheiros britânicos admitiram invasão

O Irã afirmou que os 15 marinheiros e fuzileiros navais britânicos capturados por tropas do país no Golfo Pérsico admitiram ter sido presos em águas iranianas, uma acusação que o governo da Grã-Bretanha vem negando.

O grupo de oito marinheiros e sete fuzileiros, incluindo uma mulher, teria reconhecido haver entrado ilegalmente nas águas territoriais do país, de acordo com declarações do general Ali Reza Afshar, principal autoridade militar do Irã, à agência de notícias Fars.
O grupo foi levado para Teerã, a capital iraniana, para explicar o que governo do Irã considera uma agressão, mas o general Afshar não disse o que seria feito com eles.
A Grã-Bretanha exige a libertação imediata dos militares. Segundo o governo britânico, o grupo, que faz parte da tripulação do navio HMS Cornwall, estava realizando uma operação de rotina em águas iraquianas para conter o contrabando de armas e militantes para o país.
A Presidência da União Européia emitiu uma nota exigindo a libertação dos militares britânicos, mas o responsável pela política externa do bloco, Javier Solana, disse que a captura não deve interferir na discussão na ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a adoção de sanções mais duras contra o Irã por causa do seu programa nuclear.
O Conselho de Segurança da entidade debate neste sábado se deve tomar medidas adicionais às que já estão em vigor para pressionar o Irã a abandonar o seu programa de enriquecimento urânio.
Negociações
Os homens foram levados por militares iranianos armados na manhã de sexta-feira depois de interceptarem e inspecionarem um barco no Golfo, na costa do Iraque.
"O grupo tinha efetuado uma inspeção bem sucedida em um navio mercante quando eles e seus dois barcos foram cercados e levados por navios para as águas territoriais iranianas", informou o Ministério da Defesa.
A ministra do Exterior britânica, Margaret Beckett, reuniu-se com o embaixador iraniano em Londres, na tentativa de pressionar pela libertação dos marinheiros e fuzileiros navais o mais rápido possível.
A grande questão, segundo correspondentes, é saber se a captura foi parte de um plano político maior, antes da votação do Conselho de Segurança da ONU sobre as novas sanções.
Mas o professor de política na Universidade de Teerã Sadegh Ziba Kalam disse não acreditar que o incidente tenha fins políticos.
Em 2004, o Irã deteve oito militares britânicos por três dias depois de alegar que os homens invadiram a fronteira marítima do país.
Na ocasião, Os militares foram mostrados com os olhos vendados e forçados a pedir desculpas na televisão iraniana antes de serem libertados.